• Bono pegou duas cobranças e brilho no título da equipe de Riade
  • Jorge Jesus finaliza a temporada com três títulos e recorde histórico
  • Luis Castro, ex-Botafogo, amarga mais um vice-campeonato

O Al-Hilal venceu o Al-Nassr por 5 a 4, após o empate em 1 a 1 no tempo normal e na prorrogação, no Estádio King Abdullah, em Jeddah, grande cidade da Arábia Saudita, em jogo válido pela decisão da Copa do Rei Saudita da temporada. A partida que encerrou a temporada saudita colocou os dois principais times do país frente a frente. Em um jogo com três expulsões, brilhou a estrela do goleiro Bono e do técnico Jorge Jesus.

O goleiro marroquino, destaque da última Copa do Mundo, pegou duas penalidades máximas. A primeira, evitou o título do Al-Nassr, já que seu companheiro havia perdido na batida anterior. A segunda, para garantir de vez o título da equipe, O terceiro troféu da temporada. Anteriormente, o Al-Hilal já havia vencido a supercopa e a Liga Saudita está de forma invicta.

Já o Mister Jorge Jesus encerra a temporada com uma valorização ainda maior do que quando chegou. Venceu a supercopa, conquistou a Liga de forma invicta e ainda mais: o recorde de vitórias seguidas na história do futebol com 34. O recorde acabou encerrado na Champions da Ásia, quando o Hilal caiu diante do Al-Ain, do Catar, treinado pelo argentino Hernán Crespo. Jesus conquistou todos esses troféus sem a sua principal estrela: Neymar.

Jogo movimentado

Os gols do jogo foram marcados um em cada tempo. O Al-Hilal abriu o placar logo aos 7 minutos do primeiro tempo com o artilheiro Mitrovic. Depois da expulsão de Ospina, que pegou com a mão fora da área, o Hilal teve chance de marcar, mas Al-Bulayhi também levou o segundo amarelo e acabou expulso. O empate veio um minuto depois, com Ayman Yahya.  Já nos acréscimos, Koulibaly foi mais um expulso e o Al-Nassr ficou com um a mais para tentar a virada na prorrogação.

Na prorrogação, o empate seguiu, mesmo com a pressão do Al-Nassr. Então, a disputa da taça foi para as penalidades máximas. Nas primeiras cobranças, Rúben Neves e Alex Telles desperdiçaram. Depois, todos marcaram na série de cinco. Foi então que brilhou a estrela de Bono, que pegou as batidas de Al-Hassan e Al-Nemer e garantiu o título.

Primeiro tempo

O primeiro tempo começou equilibrado. Os dois melhores times sauditas mediram forças pela taça desde o primeiro minuto. As equipes, que rivalizaram desde os primeiros jogos da temporada, chegaram à decisão da Copa do Rei Saudita dispostas a pôr à prova toda essa rivalidade histórica, principalmente depois das grandes contratações que os dois clubes fizeram. Embora, é claro, a grande contratação do Hilal não estivesse em campo, o brasileiro Neymar.

Logo nos primeiros minutos, o Al-Hilal mostrou a sua força e marcou com Mitrovic. Aos seis minutos, Malcom fez a jogada e cruzou na área. Mitrovic apareceu por trás dos zagueiros para marcar o primeiro gol do jogo, o primeiro do Al-Hilal. Assim, com o placar aberto, ficou aberto também o jogo. O Al-Nassr teve duas oportunidades para empatar o jogo.

A primeira delas com Otávio. O Luso-brasileiro finalizou de fora da área, mas chutou para fora. Assim como Mané. O jogador, que brilhou com as cores do Liverpool, também chamou a responsabilidade para si e finalizou para fora do gol de Bono. O Al-Nassr não se intimidava com o poder do time rival. Aliás, pelo contrário, o jogo era aberto, como dito acima.

O que chamou a atenção foi a quantidade de faltas na primeira etapa e as vezes que o ataque do Al-Nassr se colocou em impedimento. Antes do fim da primeira etapa, Cristiano Ronaldo e Otávio tentaram, acertaram o alvo, mas viram Bono fazer a defesa e manter o jogo com vantagem para seu time: 1 a 0.

Segundo tempo

O segundo tempo começou com Cristiano Ronaldo trazendo a responsabilidade para si com duas finalizações no início. Na primeira, antes do primeiro minuto de jogo, um forte chute na trave. Bono não teria a menor chance. Logo depois, CR7 finalizou novamente, mas desta vez não conseguiu acertar o gol do goleiro marroquino.

O Al-Hilal respondeu em seguida, com Malcom. Foi então que no minuto de número sete, Ospina tocou com a mão fora da área e acabou levando cartão vermelho. Com um a menos, o Al-Nassr foi valente e continuou indo para cima do Hilal em busca do empate. Mesmo assim, Malcom e Michael finalizaram em direção ao gol e viu o goleiro Abdullah, que entrou no lugar de Ospina, fazer a defesa.

Cristiano Ronaldo ainda tentava levar o time à frente e fez Bono trabalhar. Na raça, o astro do futebol português brigava por todas as bolas. Foi então que os dois times começaram a trocar ataques. Um mau negócio para o time do Al-Hilal. Isso porque a equipe de Jorge Jesus tinha um homem a mais, mas não conseguia manter a posse de bola.

A partir dos 40 minutos, o jogo mudou de forma. Isso porque Mitrovic perdeu a chance de matar o jogo. Um minuto depois, Al-Bulayhi recebeu cartão vermelho. Ficou igual em número de homens em campo e no marcador. Ayman Yahya subiu mais do que todo mundo no escanteio e empatou o jogo, levando para a prorrogação. Antes do fim do jogo, Koulibaly recebeu o vermelho e deixou o Hilal com nove em campo.

Prorrogação

A prorrogação começou com o Al-Nassr em cima do Al-Hilal. Com um jogador a mais, a ideia era não deixar ir para as cobranças de pênaltis. Então, antes do primeiro minuto, Sultan cruzou de dentro da área, procurando Cristiano Ronaldo, mas a bola ficou com Ghareeb. O atacante finalizou, mas a bola parou na zaga do Al-Hilal.

Cristiano Ronaldo, em seguida, recebeu em velocidade, tentou a finalização, mas não conseguiu. Minutos depois, foi a vez do Al-Hilal assustar. Rúben Neves cobrou o escanteio na segunda trave e a bola sobrou com Al-Tambakti. O zagueiro tentou a finalização cruzada, mas a bola não foi no alvo. Aos cinco minutos, o Al-Nassr teve mais chances de gol ao aproveitar a saída errada de Bono do gol. Contudo, foi mais um lance de perigo.

Por mais incrível que possa parecer, o Al-Hilal, mesmo com nove jogadores em campo, rivaliza de igual para igual com o seu grande rival. Os cinco minutos finais da prorrogação mostrou isso. Os dois times trocaram ataques, mas nenhum com grande contundência. Os goleiros não trabalharam mais até o fim do primeiro tempo da prorrogação.

Já cansados, no segundo tempo da prorrogação, os dois times diminuíram o ritmo. Mesmo assim, o Al-Nassr arriscou mais e tentou, principalmente com cruzamentos na área. Contudo, os jogadores do Al-Hilal começaram a manter as linhas baixas, procurando deixar o tempo passar para as penalidades máximas. O Al-Nassr foi para cima, mas o ataque do time entrou em impedimento na maioria das vezes, o que irritou CR7. Então, o título da Copa do Rei Saudita foi para as penalidades máximas.

Pênaltis

Rúben Neves abriu a série de cinco cobranças e perdeu. Mandou na trave. Já Alex Telles, cobrou por cima do gol. Ou seja, dois pênaltis e 0 a 0 no placar. Mitrovic, então, não decepcionou e abriu o marcador. Cristiano Ronaldo, pelo lado do Al-Nassr, fez questão de pegar a bola e ser o primeiro a marcar. Também deixou o dele. Os artilheiros não marcaram no jogo, mas balançaram as redes nas penalidades máximas. O volante Kanno colocou o Hilal à frente, mas em seguida Sami Al-Najei deixou tudo igual: 2 a 2.

Al-Tambakti marcou o terceiro do Al-Hilal. Ghareeb empatou em seguida. Al-Hamdan e Lajami mantiveram a disputa com o placar em 4 a 4. Saud Abdulhamid foi para a cobrança e desperdiçou, o goleiro fez a defesa. Ou seja, o Al-Nassr teve a chance de matar o jogo, mas perdeu com Al-Hassan. Bono deixou o Hilal na disputa. O quinto gol do Hilal saiu dos pés de Nasser Al-Dawsari. Foi então que Al-Nemer cobrou e Bono garantiu o título. Hilal campeão.