- Ex-jogador e ex-treinador morreu de falência de múltiplos orgãos
- Zagallo teve passagens marcantes pelos clubes do Rio de Janeiro
- Velho Lobo, como era conhecido, foi grande símbolo da Seleção
Morreu, aos 92 anos, o ex-jogador e ex-técnico Mario Jorge Lobo Zagallo, um dos símbolos do futebol brasileiro no Brasil ou até mesmo no mundo. Zagallo, que vinha internado no Hospital Barra D’Or , no Rio de Janeiro, desde o dia 26 de dezembro, teve falência de múltiplos orgão às às 23h40 desta sexta-feira. A lenda do futebol já sofria com comorbidades decorrentes de sua idade avançada. É bom lembrar que Zagallo esteve internado também no mês de setembro. Naquela ocasião, o Velho Lobo apresentou um quadro de infecção urinária.
Símbolo da Seleção Brasileira
Um dos inúmeros feitos de Zagallo e que perdura até hoje é a de que ele é a única pessoa presente em quatro títulos mundiais de futebol. Esteve como jogador nos títulos de 1958, na Suécia, como ponta esquerda, e em 1962, no Chile, também como peça importante do esquema brasileiro. Contudo, como treinador, armou o time de 1970 e conquistou o tricampeonato, no México. Até hoje esta seleção é considerada a maior entre todas na história da Copa do Mundo.
Esteve ainda como coordenador no tetra, em 94, nos EUA, ao lado do técnico Carlos Alberto Parreira. A sua história com a Seleção Brasileira ainda teve outros capítulos, como os títulos da Copa América 1997, na Bolívia, além da Copa das Confederações neste mesmo ano. Mas as suas passagens com a camisa Amarelinha não tiveram apenas momentos felizes, ocorreram revezes.
Esses capítulos importantes da vida de Zagallo, mas tristes, começaram em 1950. Embora ainda não fosse jogador profissional, o Velho Lobo era soldado e estava no Maracanã quando o Brasil perdeu a Copa daquele ano para o Uruguai. Anos depois, então, após o tri, ele era o treinador na Copa de 1974. Outras décadas mais tarde, o Velho Lobo comandou a Seleção Canarinho na Copa América de 1995 e perdeu para o Uruguai na decisão, em Montevidéu.
Nos Jogos Olímpicos de 1996, em Atlanta, nos EUA, mais uma derrota. Desta vez, nas semifinais para a Nigéria, que viria a ser campeã daquele torneio ao vencer a Argentina na disputa pelo ouro. Já na Copa da França, em 1998, o Penta ficou pelo caminho. Muito embora o Brasil tenha passado por importantes jogos, como a semifinal histórica contra a Holanda, na decisão, o time não suportou os donos da casa: 3 a 0 e o vice.
Zagallo marcou época nos clubes do Rio
Como jogador, Zagallo começou a sua carreira no Flamengo. Por lá, conquistou o tricampeonato carioca de 1953-54-55. Com a camisa do clube da Gávea, foi convocado para a Seleção Brasileira para primeiro título de Copa do Mundo, em 58. No Flamengo, jogou em 205 partidas e marcou 29 gols. Assim, com a missão cumprida, se transferiu para o Botafogo logo após o Mundial da Suécia.
Com o Glorioso, foi bicampeão carioca, 1961 e 1962. Pelo Botafogo, foi convocado para a Seleção e venceu o seu segundo Mundial, no Chile. Não demorou muito para se tornar treinador. Passou um período nos juvenis, então, foi para o profissional. Comandou um dos grande times da história do futebol brasileiro. Nomes como Jairzinho, Paulo Cezar, Rogério, Roberto e Gérson faziam parte do time bicampeão carioca de 1967 e 1968 campeão da Taça Brasil.
Treinando o Flamengo, sua principal passagem foi em um de seus últimos trabalhos como treinador. Em 2001, o Flamengo vinha de um bicampeonato sobre o Vasco (1999 e 2000). O Cruz-Maltino foi para a decisão com uma vantagem de dois gols. O Flamengo vencia por 2 a 1 até os 43 do segundo tempo, quando o sérvio Petkovic cobrou uma falta e marcou o gol do tri. Ainda venceu a Copa dos Campeões pelo Flamengo no mesmo ano.
Pelo Fluminense, o Velho Lobo garantiu o título carioca de 1971 em uma decisão contra o Botafogo. Pelo Vasco, mesmo com duas passagens marcantes, não conquistou troféus, assim como no Bangu, entre os anos de 1988 e 1989. Em 1999, Zagallo ainda treinou a Portuguesa, seu único trabalho na maior cidade do país. No seu currículo ainda teve o Al-Hilal, da Arábia Saudita, em 1979.